Capítulo 8:
Justin P.O.V.
Baylee,
Maick e eu nos encarava, tentando nos comunicar pelos olhares. A questão é:
como contar para eles, algo tão importante para Madison?
- Tudo bem, chega de mistérios, você, Maick nunca me
contou esse mistério da Madison. – Selena apontou para Maick e ele deu um
sorriso de conforto para ela, revirei os olhos.
- Chega mistérios. – encaramos Baylee, ela estava
quieta desde que chegou. – Não é algo assustador, mas é algo que marcou muito o
passado da Madison,e não só o dela, ao meu também. – ela pegou um porta retrato
em cima de uma estante de livros, e se sentou entre Selena e Maick.
- Baylee, não precisa contar. – Maick olhou para ela,
e sorriu.
- Não, tudo bem, já está na hora. – ela encarou todos,
e depois a foto e suspirou. – Vocês vão ter que ser muito pacientes nesse
momento. Eu e a Madison nós somos amigas desde infância. Madison nasceu na
Itália, e ru em Virgínia. Teve uma época que eu tive que me mudar para Itália,
minha vó estava doente, e meus pais estavam pensando em se divorciar, então
minha mãe resolveu dar um tempo para meu pai, nisso eu tinha apenas 7 anos. A
Madison também teve que se mudar porque . Então eu comecei a estudar em uma
escola, e Madison já estudava nela. Acho que na terceira série, nós começamos a
ser amigas no meio do não. Os anos foi se passando, e nossa amizade só crescia,
e então no ensino médio, nós conhecemos o outro lado da vida. – ela derramou uma lágrima, e ficou um tempo
calada.
Baylee Angel P.O.V.
Isso é tão
difícil de contar, relembrar o passado, é como se fosse reviver esse momento
mais uma vez.
- Foi no ensino
médio que conhecemos três garotos. Era o Matthew, o Jack e o... Tyler. – derramei outra lágrima. – Eles eram os popular da escola, mas nem tanto,
vamos se dizer que os mais bonitos. Até que no meio do ano, o Jack teve que
mudar de país, desde então perdemos o contato com ele. Matthew e Tyler, as coisas que mais se destacava
neles, era o sorriso e o olhar. Foi então, que começamos a sair para baladas,
ir a rachas, e essas coisas de adolescentes, e sem contar que, usamos todo o
tipo de droga. Até que uma noite chegamos em casa acabados, minha mãe decidiu
me colocar em uma clínia, a mãe de Madison não ficou por fora, e colocou ela
também em uma clinica, mas separada. Matthew foi passar um tempo com a tia
dele, na Espanha, já Tyler teve que passar um mês com o pai dele. Depois de um
tempo, saímos da reabilitação, mas nada do tratamento que recebemos fez alguma
efeito, voltamos a mesma vida, ir para baladas, beber e usar drogas. Nessa
época já estávamos apaixonados, eu nem tanto, mas a Madison e o Matthew, ea
algo diferente, o amor deles era louco. Eu gostava de Tyler, mas não aponto de
me entregar para ele, ele também sentia o mesmo. – nesse momento, não aguentava
mais segurar as lágrimas. – Era época de natal, faltava apenas um dia para a
véspera de natal. Até que em uma noite... a Madison teve a ideia de participar
de um racha, mas esse racha era um pouco diferente, para o corredor correr,
teria que ter uma pessoa com ele. Madison e Matthew brigava, e a mesma coisa
entre Tyler e eu, então fizemos uma chantagem, se eles não acompanhasse nós,
iríamos sozinha, e foi ai que eles aceitaram. Matthew não gostava daquela
ideia, tinha medo de acontecer algo com o bebê, mas acompanhou a Madison mesmo
assim. – apoiei minha cabeça nas minhas mãos e comecei a chorar, só se ouvia
meus soluços. – Eu tive a ideia de competir com a Madison, Tyler tentava tirar
isso da minha cabeça, mas eu queria aquilo, até que a Madison aceitou, e foi
então nesse racha, que tudo desmoronou, só tinha dois carros na pista, o meu e
o da Madison, antes do racha, Madison pediu para colocar tudo que os caras lá
entendia de carro, turbo e essas coisas. Mas eu e ela fomos longe demais, eu fui
longe demais, dando mais ideias para ela. Até que o racha começou, estavamos indo bem, mas até que eu perdi o
controle, e Madison pensando que aquilo era uma brincadeira minha, bateu no meu
carro e nisso meu carro, já estava começando a perder o controle, e foi então
que chegando perto de uns carros, Madison perdeu o controle e acabou que o
carro dela veio na minha direção, eu tentei desviar mais foi impossível, e foi
então que nosso carro capotou, os dois juntos. Foi muito rápido, mas conseguiu
destruir duas vidas. – não aguentei e deitei no colo da Selena, chorando,
lembrar daquele momento me trazia uma dor enorme. Respirei fundo, e levantei
minha cabeça. – Eu e a Madison só ficamos com alguns ferimentos, era um pouco
grave, mas nada era comparado ao estado de Matthew e Tyler, conseguiam chamar a
ambulância, Madison estava assustada. Enfim, passou alguns meses e eles
continuava em coma, até que em uma de nossas visitas recebemos a notícia de que
eles tinha acordado, só que não aguentaram e acabaram perdendo o ar, os médico
tentaram de tudo as foi então que eles não aguentaram e acabou morrendo. –
deitei minha cabeça no colo de Selena, e ela passava a mão no meu cabelo, em
uma forma de me confortar.
- Baylee, toma um pouco de água. – Maick me deu um
copo de água, e eu bebi calmamente.
- Aquela noite foi um erro, um erro. Madison e eu
passamos dois anos tentando superar aquilo, mas nada adiantava. Nós duas falava
para todos que o que acontece foi culpa nossa, mas ninguém acreditava. Minha mãe
vendo meu estado e meu sofrimento me levou de volta para Virgínia, além de
sentir toda aquela culpa, tive que me separar da Madison, recebia notícias de
que ela estava em uma clinica. Foi um momento da minha vida que eu nunca vou me
esquecer, eu cheguei a tomar remédios para tudo. Eu sentia que aquilo era minha
culpa, mas aos poucos eu fui aceitando, aceitando a dor. Já Madison, ela
conseguiu, mas sempre a cada ano tinha uma recaída, e isso é sempre na época de
natal. Eu tive que me afastar dela, não porque eu quis, mas porque fui
obrigada. Madison em épocas de natal, parece que ela se transforma em outra
pessoa, uma pessoa que ninguém conhece, que ela passa meses e meses guardando
todo o sofrimento para ela mesma, e quando o mês de dezembro se aproxima, ela
perde o brilho no olhar, transforma os sorrisos em lágrimas,e qualquer coisa
que irrite ela em algum dia, pode ser qualquer dia, mesmo que seja um pouco
longe da data que arruinou nossas vidas, ela larga tudo para ir até o
cemitério. Não é algo assustador, mas ela enfrenta os medos, as barreiras, é
como se ela se tornando essa pessoa, fosse uma forma de ela se aproximar dele.
Eu também sofro com isso, mas é algo que eu tenho que superar, mas o que está
acontecendo com a Madison tem que ser parado, porque se isso continuar, ela vai
passar a vida dela assim. – encarei o porta retrato nas minhas mãos e sorri em
meio as lágrimas.
- Temos que ir atrás da Madison, Baylee tem razão,
isso tem que ser parado. – encarei Justin, e vi no seu olhar que ele queria chorar.
- Não. Dessa vez, quero ver com os meus próprios
olhos. Passei esses anos todos, recebendo notícias do estado na Madison, agora
eu vou ajudar ela, essa dor não é só dela, é MINHA também. – levantei, peguei
minha bolsa e fui até a porta.
- Baylee... – Maick me chamo e eu virei vendo todos me
encarar.
- Ninguém vai me impedir, só peço que vocês fiquem
aqui, qualquer coisa eu ligo para vocês. E você Maick tem que entender que isso
não é algo que se pode resolver simples assim, a Madison está sofrendo, o que
que adianta colocar ela em uma clínica, obrigar ela a ir todos os dias ao
psicólogo, se tudo volta novamente? Ela pensa que está sozinha, e é isso que
você fazendo, está deixando ela sozinha, mas eu não. Dessa vez vai ser
diferente. E nem tente me impedir. – me
virei novamente para porta e abri a mesma, quando ia fechar, Justin puxou a
mesma, e fechou a porta, e depois colocou o casaco que estava em suas mãos.
- Eu vou com você, todos os anos também recebia as
notícias da Madison, e nada era resolvido, e quero ver com os meus olhos, o
estado dela. – encarei ele, e dei de ombros indo para o elevador.
Ao sairmos
do elevador, fiquei surpresa ao ver tantos paparazzi, era um mias louco que o
outro, os seguranças tentava empurrar, mas eram tantos.
- Caraca, eles não tem mias o que fazer não? – Justin
me encarou e depois a multidão que se encontrava lá fora.
- Tem, e é isso que eles estão fazendo. Pensa se você
fosse um paparazzi, e recebe a notícia de que a banda One Direction, Selena
Gomez, Baylee Angel e Maick Beer estaria no mesmo prédio, e que nesse prédio
mora Madison Beer, e que Justin Bieber está passando algumas semanas com ela, o
que você pensaria? – apoiei meu corpo no balcão e encarei Justin.
- É, faz sentido. Mas como vamos sair? – encarei o
seguranças tentando empurrar mais uma vez eles, mas foi uma tentativa falha.
- Eu vim com os meus seguranças. Mas vamos ter que
sair pelo estacionamento, ou melhor, ir pelo restaurante e acho que tem alguma saída
para o estacionamento, e vamos ter que ser bem rápidos. – Justin assentiu, e
virou para a moça da recepção.
- Nós queríamos saber, se tem alguma saída do
restaurante para o estacionamento. – a mulher de cabelos ruivos, parou de
digitar algo no computador e nos encarou sorrindo.
- Sim, temos. Quer que eu peça para algum seguranças
mostrar para vocês? – mas é claro que sim, pensei.
- Sim, e por favor, não comunique e nem dê nenhuma
entrevista para esses paparazzi que estão aí fora. – ela sorriu cinicamente
para mim, e quando ela virou para chamar um segurança, mostrei a língua para
ela.
- Me acompanhe por favor. – um segurança chegou ao
nosso lado, e fomos atrás dele.
(...)
Estava
inquieta, já estava no avião para a Espanha, Justin de tanto falar, acabou
dormindo no meu ombro. Eu estava um pouco com medo, em todos os anos que passei
longe da Madison, recebendo notícias dos pais dela, do irmão dela. As vezes não
acreditava no que eles dizia, pensava que aquilo tudo que eles falavam por cartas,
por telefone, era mais um motivo para colocar a Madison na clínica. E hoje,
veria com meus próprios olhos, essa dor que Madison sentia, não era só dela,
era minha também, e agora que ela só tem ao irmão dela, ela pensa que deve
sentir essa dor sozinha, sem ninguém ao seu lado, te ajudando, mas isso está
errado.
A aeromoça
veio avisar que logo, logo iríamos pousar. Acordei Justin, e colocamos o cinto,
ele estava quieto, e isso não é porque ele acabou de acorda, é por causa de
Madison, eu sabia o que ele estava sentindo, mas o que eu estou sentindo e
pior, é minha melhor amiga, se nós não tivesse se separado naquela época,
talvez hoje ela já teria superado, mas não, decidiram separar a gente, e
Madison pensou que estava sozinha.
Logo
pousamos, Justin queria primeiro fazer uma hospedagem em algum hotel. Mas eu
queria fazer isso sozinha.
- Justin, eu sei que você está preocupado com a
Madison, porque você só sabia do motivo, mas não sabia da história. E, essa dor
não é apenas dela, e eu queria te pedir uma coisa. – estávamos no carro indo em direção para o
hotel. – Eu queria te pedir, se eu posso ir sozinha, até o cemitério, eu sei
que a Madison significa muito para você, a mim também, mas eu quero fazer isso
sozinha. – ele encarou a janela, e depois a mim.
- Tudo bem, mas por favor, se acontecer algo, me
ligue, eu nunca soube dessa história, e você está certa, colocar a Maddy em uma
clínica não é a melhor ideia, só tem uma pessoa que pode salvar ela. – ele sorriu
para mim, e pegou na minha mão. – e essa pessoa é você. – sorri para ele, e ficamos o caminho inteiro
até o hotel em silêncio.
O carro
parou em frente ao hotel, e Justin desceu, ele fez um gesto com a mão,
indicando para eu ligar para ele, assenti e logo o carro começo a andar
novamente. Eu não estava fazendo isso só por mim, mas por ela também, isso tem
que ter um basta, ela tem que encontrar uma forma que ajude ela a esquecer
isso. Já tinha entregado o endereço ao segurança, e pedi para que ele dirigisse
um pouco mais rápido. Olhava para janela, tentando pensar em alguma coisa, mas
de nada adiantava. Alguns minutos depois, o segurança parou o carro em frente
ao cemitério, os pais do Matthew já estava lá na entrada com uma mulher, que
aparentava ter 35 anos. Antes de sair do carro, sequei uma lágrima que tinha
caído, respirei bem fundo, e abri a porta. Fazia tanto tempo, que eu não vinha
a um cemitério, e que desde que eu voltei para Virginia eu não tinha visto mais
os pais do Matthew. Eles não aparentavam estar velhos, parecia os mesmo pais de
35 anos, que sempre reclamava das saídas do Matthew. Corri para abraçar eles, e
eles me apertaram forte, depois de dois minutos, me soltei deles, e a Sra.
Moore já estava chorando, ao Sr. Moore entregou um lenço para ela, e a mesma
secou o rosto, encarei o cemitério a minha frente. Pessoas normais sentiria
medo, em entrar em um cemitério, ainda mais a noite, mas se falando de mim, não
estava com medo, já tinha me acostumado a vir a cemitérios.
Entramos no
cemitério, e começamos a seguir a mulher, o Sr. e a Sra. Moore estava do meu
lado, e sentia os olhares dela de medo, respirei fundo. A mulher parou, e
depois encaramos a mesma, ela apontou para algo, e ouvi os murmúrios da Sra.
Moore, cheguei mais perto, e meus olhos marejaram ao ver cena. Madison estava
deitada sobre o caixão, não tinha muita luz, mas alguns feixes de luz que vinha
de alguns postes, e também da lua, pude ver que ela chorava e sussurra algo.
Fui caminhando até lá, e me agachei até a altura do caixão, toquei em seu
cabelo, e ela virou o rosto para me olhar. Ela não parava de chorar, e soluçar,
isso estava me afetando,ver ela naquele estado, levantei e puxei seu corpo , me
sentei ao seu lado, e abracei ela, nesse momento, não importava quem estava
vendo essa cena dramática, nem as almas que sentia a nossa presença, naquele momento a única coisa
que importava, era a dor que a gente compartilhava.
Depois de
uns cinco minutos me soltei dela, e passei minha mão na sua bochecha limpando
as lágrimas, tirei sua franja que estava sobre seu olho direito, e no seu olhar
vi dor, vi sofrimento, e principalmente, vi que no seu olhar ela se sentia
sozinha, assustada.
- Vamos sair daqui? – ela olhou para o caixão, e
depois olhou para mim e sorriu, me levantei e estendia minha mão para ela, ela
derramou uma lágrima e pegou em minha mão.
O Sr. e
Sra. Moore sorriu para a Madison e abraçou, ela se soltou deles, e foi
caminhando na frente. Na entrada, abracei novamente os Moore, e depois entrei
no carro, encarando Madison se despedir deles. Assim que ela entrou no carro,
sorri para ela, e bati na minha perna, ela logo entendeu, e se deitou no meu
colo, ela fechou os olhos, e uma lágrima que e estava tentando segurar, caiu
sobre o cabelo dela, afaguei seus cabelos, e olhei para janela. Seria uma longa
noite.
Ela vive na sombra de uma garota solitária
Voz tão silenciosa, você
não ouve uma palavra
Sempre falando, mas ela não pode ser ouvida.
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