29/01/2014

Two Pieces: Capitulo 8


Capítulo 8:



  Justin P.O.V.

    Baylee, Maick e eu nos encarava, tentando nos comunicar pelos olhares. A questão é: como contar para eles, algo tão importante para Madison?

- Tudo bem, chega de mistérios, você, Maick nunca me contou esse mistério da Madison. – Selena apontou para Maick e ele deu um sorriso de conforto para ela, revirei os olhos.


- Chega mistérios. – encaramos Baylee, ela estava quieta desde que chegou. – Não é algo assustador, mas é algo que marcou muito o passado da Madison,e não só o dela, ao meu também. – ela pegou um porta retrato em cima de uma estante de livros, e se sentou entre Selena e Maick.


- Baylee, não precisa contar. – Maick olhou para ela, e sorriu.


- Não, tudo bem, já está na hora. – ela encarou todos, e depois a foto e suspirou. – Vocês vão ter que ser muito pacientes nesse momento. Eu e a Madison nós somos amigas desde infância. Madison nasceu na Itália, e ru em Virgínia. Teve uma época que eu tive que me mudar para Itália, minha vó estava doente, e meus pais estavam pensando em se divorciar, então minha mãe resolveu dar um tempo para meu pai, nisso eu tinha apenas 7 anos. A Madison também teve que se mudar porque . Então eu comecei a estudar em uma escola, e Madison já estudava nela. Acho que na terceira série, nós começamos a ser amigas no meio do não. Os anos foi se passando, e nossa amizade só crescia, e então no ensino médio, nós conhecemos o outro lado da vida. –  ela derramou uma lágrima, e ficou um tempo calada.




Baylee Angel P.O.V.

    Isso é tão difícil de contar, relembrar o passado, é como se fosse reviver esse momento mais uma vez.

-  Foi no ensino médio que conhecemos três garotos. Era o Matthew, o Jack e o...  Tyler. – derramei outra lágrima. –  Eles eram os popular da escola, mas nem tanto, vamos se dizer que os mais bonitos. Até que no meio do ano, o Jack teve que mudar de país, desde então perdemos o contato com ele. Matthew  e Tyler, as coisas que mais se destacava neles, era o sorriso e o olhar. Foi então, que começamos a sair para baladas, ir a rachas, e essas coisas de adolescentes, e sem contar que, usamos todo o tipo de droga. Até que uma noite chegamos em casa acabados, minha mãe decidiu me colocar em uma clínia, a mãe de Madison não ficou por fora, e colocou ela também em uma clinica, mas separada. Matthew foi passar um tempo com a tia dele, na Espanha, já Tyler teve que passar um mês com o pai dele. Depois de um tempo, saímos da reabilitação, mas nada do tratamento que recebemos fez alguma efeito, voltamos a mesma vida, ir para baladas, beber e usar drogas. Nessa época já estávamos apaixonados, eu nem tanto, mas a Madison e o Matthew, ea algo diferente, o amor deles era louco. Eu gostava de Tyler, mas não aponto de me entregar para ele, ele também sentia o mesmo. – nesse momento, não aguentava mais segurar as lágrimas. – Era época de natal, faltava apenas um dia para a véspera de natal. Até que em uma noite... a Madison teve a ideia de participar de um racha, mas esse racha era um pouco diferente, para o corredor correr, teria que ter uma pessoa com ele. Madison e Matthew brigava, e a mesma coisa entre Tyler e eu, então fizemos uma chantagem, se eles não acompanhasse nós, iríamos sozinha, e foi ai que eles aceitaram. Matthew não gostava daquela ideia, tinha medo de acontecer algo com o bebê, mas acompanhou a Madison mesmo assim. – apoiei minha cabeça nas minhas mãos e comecei a chorar, só se ouvia meus soluços. – Eu tive a ideia de competir com a Madison, Tyler tentava tirar isso da minha cabeça, mas eu queria aquilo, até que a Madison aceitou, e foi então nesse racha, que tudo desmoronou, só tinha dois carros na pista, o meu e o da Madison, antes do racha, Madison pediu para colocar tudo que os caras lá entendia de carro, turbo e essas coisas. Mas eu e ela fomos longe demais, eu fui longe demais, dando mais ideias para ela. Até que o racha começou,  estavamos indo bem, mas até que eu perdi o controle, e Madison pensando que aquilo era uma brincadeira minha, bateu no meu carro e nisso meu carro, já estava começando a perder o controle, e foi então que chegando perto de uns carros, Madison perdeu o controle e acabou que o carro dela veio na minha direção, eu tentei desviar mais foi impossível, e foi então que nosso carro capotou, os dois juntos. Foi muito rápido, mas conseguiu destruir duas vidas. – não aguentei e deitei no colo da Selena, chorando, lembrar daquele momento me trazia uma dor enorme. Respirei fundo, e levantei minha cabeça. – Eu e a Madison só ficamos com alguns ferimentos, era um pouco grave, mas nada era comparado ao estado de Matthew e Tyler, conseguiam chamar a ambulância, Madison estava assustada. Enfim, passou alguns meses e eles continuava em coma, até que em uma de nossas visitas recebemos a notícia de que eles tinha acordado, só que não aguentaram e acabaram perdendo o ar, os médico tentaram de tudo as foi então que eles não aguentaram e acabou morrendo. – deitei minha cabeça no colo de Selena, e ela passava a mão no meu cabelo, em uma forma de me confortar.

- Baylee, toma um pouco de água. – Maick me deu um copo de água, e eu bebi calmamente.



- Aquela noite foi um erro, um erro. Madison e eu passamos dois anos tentando superar aquilo, mas nada adiantava. Nós duas falava para todos que o que acontece foi culpa nossa, mas ninguém acreditava. Minha mãe vendo meu estado e meu sofrimento me levou de volta para Virgínia, além de sentir toda aquela culpa, tive que me separar da Madison, recebia notícias de que ela estava em uma clinica. Foi um momento da minha vida que eu nunca vou me esquecer, eu cheguei a tomar remédios para tudo. Eu sentia que aquilo era minha culpa, mas aos poucos eu fui aceitando, aceitando a dor. Já Madison, ela conseguiu, mas sempre a cada ano tinha uma recaída, e isso é sempre na época de natal. Eu tive que me afastar dela, não porque eu quis, mas porque fui obrigada. Madison em épocas de natal, parece que ela se transforma em outra pessoa, uma pessoa que ninguém conhece, que ela passa meses e meses guardando todo o sofrimento para ela mesma, e quando o mês de dezembro se aproxima, ela perde o brilho no olhar, transforma os sorrisos em lágrimas,e qualquer coisa que irrite ela em algum dia, pode ser qualquer dia, mesmo que seja um pouco longe da data que arruinou nossas vidas, ela larga tudo para ir até o cemitério. Não é algo assustador, mas ela enfrenta os medos, as barreiras, é como se ela se tornando essa pessoa, fosse uma forma de ela se aproximar dele. Eu também sofro com isso, mas é algo que eu tenho que superar, mas o que está acontecendo com a Madison tem que ser parado, porque se isso continuar, ela vai passar a vida dela assim. – encarei o porta retrato nas minhas mãos e sorri em meio as lágrimas.


- Temos que ir atrás da Madison, Baylee tem razão, isso tem que ser parado. – encarei Justin, e vi no seu olhar que ele queria chorar.


- Não. Dessa vez, quero ver com os meus próprios olhos. Passei esses anos todos, recebendo notícias do estado na Madison, agora eu vou ajudar ela, essa dor não é só dela, é MINHA também. – levantei, peguei minha bolsa e fui até a porta.


- Baylee... – Maick me chamo e eu virei vendo todos me encarar.


- Ninguém vai me impedir, só peço que vocês fiquem aqui, qualquer coisa eu ligo para vocês. E você Maick tem que entender que isso não é algo que se pode resolver simples assim, a Madison está sofrendo, o que que adianta colocar ela em uma clínica, obrigar ela a ir todos os dias ao psicólogo, se tudo volta novamente? Ela pensa que está sozinha, e é isso que você fazendo, está deixando ela sozinha, mas eu não. Dessa vez vai ser diferente. E nem tente me impedir. –  me virei novamente para porta e abri a mesma, quando ia fechar, Justin puxou a mesma, e fechou a porta, e depois colocou o casaco que estava em suas mãos.


- Eu vou com você, todos os anos também recebia as notícias da Madison, e nada era resolvido, e quero ver com os meus olhos, o estado dela. – encarei ele, e dei de ombros indo para o elevador.


     Ao sairmos do elevador, fiquei surpresa ao ver tantos paparazzi, era um mias louco que o outro, os seguranças tentava empurrar, mas eram tantos.


- Caraca, eles não tem mias o que fazer não? – Justin me encarou e depois a multidão que se encontrava lá fora.


- Tem, e é isso que eles estão fazendo. Pensa se você fosse um paparazzi, e recebe a notícia de que a banda One Direction, Selena Gomez, Baylee Angel e Maick Beer estaria no mesmo prédio, e que nesse prédio mora Madison Beer, e que Justin Bieber está passando algumas semanas com ela, o que você pensaria? – apoiei meu corpo no balcão e encarei Justin.


- É, faz sentido. Mas como vamos sair? – encarei o seguranças tentando empurrar mais uma vez eles, mas foi uma tentativa falha.

- Eu vim com os meus seguranças. Mas vamos ter que sair pelo estacionamento, ou melhor, ir pelo restaurante e acho que tem alguma saída para o estacionamento, e vamos ter que ser bem rápidos. – Justin assentiu, e virou para a moça da recepção.


- Nós queríamos saber, se tem alguma saída do restaurante para o estacionamento. – a mulher de cabelos ruivos, parou de digitar algo no computador e nos encarou sorrindo.


- Sim, temos. Quer que eu peça para algum seguranças mostrar para vocês? – mas é claro que sim, pensei.


- Sim, e por favor, não comunique e nem dê nenhuma entrevista para esses paparazzi que estão aí fora. – ela sorriu cinicamente para mim, e quando ela virou para chamar um segurança, mostrei a língua para ela.


- Me acompanhe por favor. – um segurança chegou ao nosso lado, e fomos atrás dele.


(...)


    Estava inquieta, já estava no avião para a Espanha, Justin de tanto falar, acabou dormindo no meu ombro. Eu estava um pouco com medo, em todos os anos que passei longe da Madison, recebendo notícias dos pais dela, do irmão dela. As vezes não acreditava no que eles dizia, pensava que aquilo tudo que eles falavam por cartas, por telefone, era mais um motivo para colocar a Madison na clínica. E hoje, veria com meus próprios olhos, essa dor que Madison sentia, não era só dela, era minha também, e agora que ela só tem ao irmão dela, ela pensa que deve sentir essa dor sozinha, sem ninguém ao seu lado, te ajudando, mas isso está errado.


     A aeromoça veio avisar que logo, logo iríamos pousar. Acordei Justin, e colocamos o cinto, ele estava quieto, e isso não é porque ele acabou de acorda, é por causa de Madison, eu sabia o que ele estava sentindo, mas o que eu estou sentindo e pior, é minha melhor amiga, se nós não tivesse se separado naquela época, talvez hoje ela já teria superado, mas não, decidiram separar a gente, e Madison pensou que estava sozinha.

   Logo pousamos, Justin queria primeiro fazer uma hospedagem em algum hotel. Mas eu queria fazer isso sozinha.


- Justin, eu sei que você está preocupado com a Madison, porque você só sabia do motivo, mas não sabia da história. E, essa dor não é apenas dela, e eu queria te pedir uma coisa. –  estávamos no carro indo em direção para o hotel. – Eu queria te pedir, se eu posso ir sozinha, até o cemitério, eu sei que a Madison significa muito para você, a mim também, mas eu quero fazer isso sozinha. – ele encarou a janela, e depois a mim.



- Tudo bem, mas por favor, se acontecer algo, me ligue, eu nunca soube dessa história, e você está certa, colocar a Maddy em uma clínica não é a melhor ideia, só tem uma pessoa que pode salvar ela. – ele sorriu para mim, e pegou na minha mão. – e essa pessoa é você. –  sorri para ele, e ficamos o caminho inteiro até o hotel em silêncio.

       O carro parou em frente ao hotel, e Justin desceu, ele fez um gesto com a mão, indicando para eu ligar para ele, assenti e logo o carro começo a andar novamente. Eu não estava fazendo isso só por mim, mas por ela também, isso tem que ter um basta, ela tem que encontrar uma forma que ajude ela a esquecer isso. Já tinha entregado o endereço ao segurança, e pedi para que ele dirigisse um pouco mais rápido. Olhava para janela, tentando pensar em alguma coisa, mas de nada adiantava. Alguns minutos depois, o segurança parou o carro em frente ao cemitério, os pais do Matthew já estava lá na entrada com uma mulher, que aparentava ter 35 anos. Antes de sair do carro, sequei uma lágrima que tinha caído, respirei bem fundo, e abri a porta. Fazia tanto tempo, que eu não vinha a um cemitério, e que desde que eu voltei para Virginia eu não tinha visto mais os pais do Matthew. Eles não aparentavam estar velhos, parecia os mesmo pais de 35 anos, que sempre reclamava das saídas do Matthew. Corri para abraçar eles, e eles me apertaram forte, depois de dois minutos, me soltei deles, e a Sra. Moore já estava chorando, ao Sr. Moore entregou um lenço para ela, e a mesma secou o rosto, encarei o cemitério a minha frente. Pessoas normais sentiria medo, em entrar em um cemitério, ainda mais a noite, mas se falando de mim, não estava com medo, já tinha me acostumado a vir a cemitérios.

     Entramos no cemitério, e começamos a seguir a mulher, o Sr. e a Sra. Moore estava do meu lado, e sentia os olhares dela de medo, respirei fundo. A mulher parou, e depois encaramos a mesma, ela apontou para algo, e ouvi os murmúrios da Sra. Moore, cheguei mais perto, e meus olhos marejaram ao ver cena. Madison estava deitada sobre o caixão, não tinha muita luz, mas alguns feixes de luz que vinha de alguns postes, e também da lua, pude ver que ela chorava e sussurra algo. Fui caminhando até lá, e me agachei até a altura do caixão, toquei em seu cabelo, e ela virou o rosto para me olhar. Ela não parava de chorar, e soluçar, isso estava me afetando,ver ela naquele estado, levantei e puxei seu corpo , me sentei ao seu lado, e abracei ela, nesse momento, não importava quem estava vendo essa cena dramática, nem as almas que sentia a  nossa presença, naquele momento a única coisa que importava, era a dor que a gente compartilhava.

     Depois de uns cinco minutos me soltei dela, e passei minha mão na sua bochecha limpando as lágrimas, tirei sua franja que estava sobre seu olho direito, e no seu olhar vi dor, vi sofrimento, e principalmente, vi que no seu olhar ela se sentia sozinha, assustada.


- Vamos sair daqui? – ela olhou para o caixão, e depois olhou para mim e sorriu, me levantei e estendia minha mão para ela, ela derramou uma lágrima e pegou em minha mão.




         O Sr. e Sra. Moore sorriu para a Madison e abraçou, ela se soltou deles, e foi caminhando na frente. Na entrada, abracei novamente os Moore, e depois entrei no carro, encarando Madison se despedir deles. Assim que ela entrou no carro, sorri para ela, e bati na minha perna, ela logo entendeu, e se deitou no meu colo, ela fechou os olhos, e uma lágrima que e estava tentando segurar, caiu sobre o cabelo dela, afaguei seus cabelos, e olhei para janela. Seria uma longa noite.


                                                                          Ela vive na sombra de uma garota solitária
                                                                          Voz tão silenciosa, você não ouve uma palavra                          

                                                                          Sempre falando, mas ela não pode ser ouvida.

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